sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Crônicas do Cotidiano - Embaixada de Futebol

Foto: Ilustrativa
Por: Ivanei
Em 1969, os jovens de Várzea do Poço, especialmente entre 15 e 19 anos participavam intensamente do futebol existente daquela época. As equipes do Bahia, Galícia, Flamenguinho e Ferroviário que participavam do campeonato varzeano, após essas disputas com as categorias maiores, formava um time para jogar partidas fora da nossa cidade. A grande emoção era a embaixada de jegue que saia da praça principal até a cidade ou povoado onde iríamos jogar.
Era divertido, pois tinha tanto jogador que cada animal levava um na garupa, quando chegava à cidade do destino o organizador tinha a missão de arrumar hospedagens para os jogadores e para os animais. 
Os arreios eram armazenados geralmente em um cômodo de um bar. Após o jogo o que tornava mais complicado ao mesmo tempo divertido, era cada dono do animal encontrar a sua sela naquela pilha gigante de arreios, geralmente o jogo terminava já escuro e o cômodo onde estava os arreios não tinha luz, às vezes com candinheiro ou vela formava um puxa-puxa, no final alguns animais vinham com arreios trocado.
A confusão dos arreios não tinha muita importância, o bom é que saíamos daquele lugar cantando, aboiando, fazendo rapa e tirando sarro uns dos outros até chegarmos a nossa cidade. Outro detalhe era que na entrada parava todo mundo para formar uma fila indiana (um atrás do outro), contornando a praça principal para encerramento da embaixada.

Bons tempos aqueles.

Nilton Ivanei Gomes dos Santos, nascido em 1952 em Salvador, mas criado em Várzea do Poço – Bahia. 
Historiador que vivencia os movimentos culturais, esportivos e políticos dessa cidade

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